Chove mansinho dentro do meu peito.
Miudinho e constante dos dias iguais.
Esta chuva, por vezes sem aviso, adensa-se e violenta cai sem benevolência.
Cada gota deixa uma marca, uma amolgadela, no meu coração.
E assim se vai formando um oceano de angustia dentro do meu peito.
Às vezes tenho sorte, e com a desculpa de qualquer coisa banal,
Abrem-se sorrateiramente as torneiras da alma e lágrimas saem, sem pedir licença.
Atropelam-se, na hora da saída, como meninos de escola.
Saem salgadas, de impurezas jazentes.
Saem doces de libertação.
domingo, abril 09, 2006
TRILOGIA DA ÁGUA (II) Lágrimas
Publicada por syl à(s) 7:52 da tarde
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
7 comentários:
que belo...tão dolorosamente intenso...tão arrastadamente sofrido...
Imagens soberbas...
Palavras húmidas ...
Vida danada.
Minhas queridas, companheiras da condição de mulher. Fadadas pela Mãe de todos, a natureza, que de água é feita, para misturar água, dor e poesia dentro dos nossos peitos, crianças nos nossos ventres e a capacidade de tudo conjugar por nós, por eles, pela humanidade.
Cumpramos pois o nosso destino.
Beijos para as duas, e obg do coração.
subscrevo as palavras da ff e da liblinha mas, renovadas pela água que libertamos, permite-me que diga antes, "façamos" o nosso destino!
(vou ficar viciada...não pares!)
Beijo linda, e obg.
Querida Sílvia, voltei (como já percebeste)a esta insanidade dos dias que nos conduzem a essa certeza de termos lágrimas.
Hoje é um dia assim. Aquoso e húmido.
Beijos.
Minha querida, as lágrimas e água são cordeis que nos atam umas às outras e nos fazem reconhecer um(a) igual
Enviar um comentário