domingo, abril 09, 2006

TRILOGIA DA ÁGUA (I ) Suor


O teu suor tem o doce sabor da terra molhada e do homem que a trabalhou.
Tem o salgado dos oceanos que curte a pele do pescador.
Tem o cheiro que me fascina, que me leva para ti como perdigueiro em acção.
Nariz percorrendo os milímetros da tua pele, farejando o teu dia, a tua essência.
A língua batedora implacável, segue-lhe os passos, deambulam ambos por espaços, cavidades e saliências que conhecem mas querem confirmar que lá estão, os teus recantos mais íntimos que são só meus por agora.
Marcam os espaços que lhes serviram para consumo mais demorado. A água que eras tu e que se esfumou deixado apenas a essência, sabe a sangue. Sabe ao corpo que tu és. Sabe à alma que se funde na minha quando partilhamos este momento.

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