quinta-feira, março 29, 2007

FUI!!!

quarta-feira, março 07, 2007

THESE ARE A FEW OF MY FAVOURITE THINGS:













Ser a menina do papá… fazer bricolage com ele.
Ver com ele: cinema, futebol e fórmula um.

Beijos e abraços de filho…

beijos e abraços de mãe.
Chamar aos filhos nomes de bichinhos,
ser chamada por nomes de bichinhos.
Abraços apertadinhos de amigos.

Que me beijem quando já estou a dormir,
fazer sexo de manhãzinha, à tarde ou pela madrugada.
Frutos vermelhos.

Conversar madrugada dentro,
deitar com o som dos pássaros.
Dormir sestas.

Jardins de Pedra japoneses.
O jardim suspenso do Museu das Janelas Verdes.
Paisagens graníticas ou vastas e áridas.
San Francisco e casas na praia de Malibu.

As planícies do Alentejo, na Páscoa.
Lírios e magnólias.
Braçadas de flores em jarras transparentes.

English marmalade.
Manteiga a derreter em pão quente,
cozinha de fusão, sushi e cozido à portuguesa.

Tomar banho com água quente,
ficar longos minutos...
debaixo do chuveiro, imóvel (ou quase).
Tomar banho acompanhada.

Fazer surpresas, cometer loucuras.
Conduzir sem destino em dias de sol,
chá com scones em dias de chuva.

Lingerie de renda em cores pastel,
Kimonos de seda,
Eau de Soir e Truth.

Cheiro de bebé pequeno,
de terra molhada,
de hortelã e de coentros.

O som de dedos a roçar em cordas de viola,
Violoncelos que gemem, trompetes e saxofones.

Sakamoto, Piazzolla, Godinho...
Jazz de fusão, blues, reggae e pop dos anos 80.


Estar sozinha, sem ver ninguém...
pelo menos um dia inteiro.


Sorrir a desconhecidos e crianças,
receber de volta sorrisos.

Festas de pijama,
luas descomunais,
dormir com várias almofadas.

No Inverno:
edredão de penas e sacos de água quente,
tapetes felpudos à frente da lareira,

vinho tinto ou chocolate quente e marshmallows.
sentar em cima dos pés no sofá...
e mantinhas, mantinhas, mantinhas.
Passeios em praias desertas

No Verão, bandanas e 1 biquini novo.
Água no corpo, água no copo.
A piscina Bento, no meio dos pinhais.
Ser a primeira a chegar à praia,
ou a última a partir…
Ler 1 livro em dois dias, máximo três.

Melancia e figos frescos.
Margaritas com sal.
Nadar no mar em noites quentes de luar…




sexta-feira, março 02, 2007

DEPOIS DO SILÊNCIO















É suficientemente pacífico que a vida se estrutura por ciclos ou fases, quase comuns a todos os elementos de uma mesma sociedade e realidade cultural

É também certo que são simultâneos em grupos etários semelhantes.
Esta partilha que temos com aqueles a quem chamam de “pares” e que nós chamamos amigos, poderá talvez constituir um dos elos mais fortes, de partilha, de identificação de cumplicidade.


Brincadeiras e disparates, mal de amores, o primeiro beijo, dores de crescimento, dores de cotovelo, ir acampar, a primeira vez, substâncias hilariantes, relaxantes e excitantes, faculdade, primeiro emprego, sair de casa, (não necessariamente nesta ordem), torrentes de emoções…

Depois casamentos, projectos, filhos, sarilhos, separações, divórcios, tudo previsível ou nada previsto, tudo comum.
Agora (ou antes, ou depois), os quarenta e ter de usar óculos… Agora, (ou antes, ou depois), stress e depressões…

Por estes dias, as palavras de ordem no meu círculo são: MUITO, TRABALHO, FALTA, TEMPO, INSÓNIA…
Chega a ter piada, quando entramos à vez, cada um mais atrasado, nos locais de reunião.
- Então?
- Epá, muito trabalho, falta de tempo, insónia…
Quando entra o último, já o coro repete, entre risos de “partilha e identificação”: …balho… empo… sónia!!!
Depois discutem-se métodos adoptados, científicos ou alternativos: nomes complicados de indutores de sono, vinho tinto, whisky ou sexo…, quê?? Sexo?? Tenho lá tempo??

Causas e sintomas, todos identificamos, acabando por não reflectir efectivamente nos efeitos mais particulares, em cada um, ou será em todos? Pois claro! não temos tempo…
Tempo para nós, tempo para dar, tempo para ser, fazer, pensar, criar.
No entanto, the answer lies on us, como sempre!
Imersa em trabalho, tarefas pendentes, preocupações várias, cérebro ligado a mil, na resolução de problemas, não só não me ouvia pensar, como me convenci que não pensava nada, não achava nada, não criava nada.

Desagradável esta sensação de me ter tornado num robot… operante, em vigília, incapaz de produzir criativamente.
Ser uma espécie de ser congelado, num invólucro humanóide…
De madrugada, no meio duma insónia, lutando contra as intermináveis checklists, palavras surgem e agrupam-se, criam-se esquemas, formam-se sentidos.
Da terra de Sigmund, veio a tranquilidade:

Estou cansada, mas ainda viva e pensante. VIVA!