terça-feira, junho 20, 2006

SONHO DE UMA NOITE DE VERÃO
Dois estranhos conheceram-se no meio da floresta numa noite de verão.
Duas almas que navegaram na torrente dos dias, deram à costa no mesmo sítio.

Era a noite mais quente de todos os verões.
O calor que incandescia do solo e de todos os elementos terrestres empurrou-os para o mar.
Ficaram ali …frente à imensidade, namorando-o, cada um à sua maneira desejando-o, cada um com a sua urgência.
Olharam um para o outro e desejaram-se com os náufragos desejam terra firme, como se deseja o mar para aplacar o calor da terra ardente.
Entraram por ele dentro com a sede da seca mais intensa.
Depois, foi o sonho que reinou…
A lua caiu no mar e diluiu-se em milhares de fragmentos de luz, num rasto de estrelas cadentes seguindo cada movimento.

Belo, belo… belo demais para ser verdade.
Findou a noite, acabou o calor, terminou a sede, a solidão, o sonho…
De volta à realidade nada restou.
Porquê meu amor?

3 comentários:

Anónimo disse...

Passei por acaso e deixo ao teu belo texto uma frase de um meu: O Amor é viver em outro ser e nunca em mim...

Anónimo disse...

Melhor do que um qualquer relato, é o que vivemos, o que sentimos.
Esse sentimento de encontro e de perda, quiça de procura, são momentos mágicos, sempre belos, sofridos por quem por eles passa.

syl disse...

Que gostoso é ter a visita da sensibilidade masculina. Bem vindos, voltem sempre.