quinta-feira, março 23, 2006

Lembro que me sentia algo como Alice, perdida entre espaços mais ou menos recônditos dentro do meu cérebro. Na maioria, o vazio.
De quando em vez, um túnel escuro e pouco apelativo.
De repente, abriu-se uma porta fechada que lembro tinha tentado ocultar de tal forma que a esquecera.
Abriu-se de uma forma urgente e autoritária, nada houve a fazer….
A curiosidade foi forte, de dentro irradiava apenas um leve clarão. Espreitei, e vi.
No centro uma amontoado de, ….de…. parecia fio ou fios, ou …cordéis!
Eram pedaços de cordel, de várias cores que quase não se distinguiam. Perto da porta estava a ponta. Cordel de mercearia, daquelas que já existiram e das quais querem agora fazer um revival tipo “pastiche”.
Peguei-lhe e puxei.
Achei engraçado. Lembrou-me qualquer coisa.
Puxei mais e vi que a ele estava atado a outro, diferente ou semelhante, não sei bem distinguir, estava atados, ou colados, ou mesmo fundidos com aquilo que me pareceu AÇÚCAR , refinado ou puro de cana. Colado com água (de lágrimas?) ou caramelizado (de temperaturas de paixões febris).
Segurei bem a ponta e levei comigo. Parece que um fio interminável me seguiu. Eu não sei. Não fiquei, nem olhei para trás.

3 comentários:

Medeia disse...

Minha linda, estarei atenta ao percurso que farás perseguindo esse fio, esse cordel... Não foi um cordel que salvou Teseu do labirinto?
Por mim, cá estarei para te ajudar a prosseguir, sempre que precisares de companhia!
Beijos!

Anónimo disse...

Acredita que eu, a Alice, ainda me encontro um pouco perdida, ou será que nem me encontro?!
Gostaria igualmente de encontrar um fio que me levasse no rumo certo, mas estou muito confusa, desanimada, cansada e sobretudo desacreditada...
Beijos, não te quero maçar.
Admiro-te

syl disse...

Linda, a resposta está semre dentro de nós. Por vezes só a descobrimos em situações de crise, ou então na partilha com amigos do coração.
Lembra-te que estou por aqui, e que perto de ti, há uma rede de suporte, usa-a.
Beijo, volta sempre.